Em comemoração a 1 ano do Programa Mulheres Pedreiras na construção do Hospital da Mulher de Fortaleza, será realizado, nessa sexta-feira (9), a partir das 8 horas, um café da manhã no próprio canteiro de obras.

(Foto: Rubens Venâncio/ Divulgação/ Prefeitura de Fortaleza)
O Programa é uma realização da Coordenadoria do Projeto Hospital da Mulher de Fortaleza, em parceria com a Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres da Prefeitura e a Secretaria Municipal de Assistência Social
(Semas).
É uma ação afirmativa sobre a inserção das mulheres no mundo do trabalho, rompendo com a segregação ocupacional e contribuindo para
autonomia econômica das mulheres.
Ao todo, são 10 mulheres trabalhando diretamente na produção como pedreiras.
No dia 7 de abril de 2010, o projeto completou 1 ano, desde que as seis primeiras pedreiras começaram, literalmente, a pôr a mão na massa: Liduína Arcelino dos Reis, Veroneide de Paula, Cátia Martins, Maria Vieira, Rosilene
Nunes e Maria Aparecida Lopes assinaram a carteira de trabalho e iniciaram o trabalho no dia 7 de abril de 2009.
No dia 24 seguinte, o Programa foi lançado oficialmente, envolvendo os cerca de 140 trabalhadores então contratados, a Coordenação do Projeto Hospital da Mulher de Fortaleza e seus parceiros.
Na ocasião, no próprio canteiro de obras, houve um momento de sensibilização de prevenção à violência, para o qual foram convidadas a Coordenadoria de Política Pública para as Mulheres
da Prefeitura, o Centro de Referência Francisca Clotilde e a convidada de honra – a cearense Maria da Penha, farmacêutica bioquímica que dá nome à lei 11.340, que ampara e protege mulheres vítimas de violência doméstica.
“Nós mulheres, temos capacidade intelectual e laborativa igual a qualquer outro profissional. E temos que acreditar na nossa capacidade de sabermos trabalhar na construção civil. Parabéns a todas as novas pedreiras contratadas e as que ainda virão”, disse Maria da Penha, durante o
lançamento oficial do Programa, um ano atrás.
Incluir as mulheres em todos os espaços é uma preocupação da Prefeitura. As
pedreiras do Hospital da Mulher estão inseridas em um projeto maior, com oficinas periódicas de fortalecimento da auto-estima, prevenção de violência doméstica e sexual, entre outros temas.
Também são realizadas atividades de prevenção, no mesmo foco, envolvendo os homens lotados na obra, de modo a assegurar a integridade física, emocional e psicológica das mulheres pedreiras. Principalmente, também prepará-las para o enfrentamento cotidiano das relações de trabalho num ambiente até então eminentemente masculino,
rompendo com a tradicional divisão sexual do trabalho no universo laboral.
“Fiz um curso pelo Senai-CE (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e, de lá, vim pra cá. Foi uma coisa que toda vida eu tive vontade, mas não nunca tinha tido chance.
Graças a Deus tá dando tudo certo! Temos nossas
reuniões pra fortalecer o grupo. O trabalho é pesado, claro, mas vamos aos poucos e chegamos lá. Eu sou também professora de artesanato, mas gosto mesmo é de assentar tijolo!”, explica Cátia Martins, uma das pedreiras que estão desde o início.
Muitas das mulheres pedreiras vêm de atividades domésticas e nunca haviam tido carteira assinada.
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Negociação com a empresa e preparação*
Durante três meses antes da primeira contratação das mulheres pedreiras, houve um processo de negociação com a Planova Planejamento S/A, empresa
paulista responsável pela obra. Mostrou-se que havia uma experiência em Fortaleza com mulheres trabalhando diretamente na produção em construção
civil. Com a aprovação da empresa em abrir uma primeira frente de trabalho voltada a elas, a Coordenação do Projeto Hospital da Mulher começou a selecionar aquelas que demonstraram interesse em trabalhar na obra.
Em parceria com a Coordenadoria da Mulher e com a Semas, resgatou-se aquelas que já haviam feito curso de pedreiras promovido por essas instituições.
Foram vários encontros, reuniões, contatos. Organizou-se o currículo das mulheres e iniciou-se o processo de mobilização de um grupo preparatório para inseri-las na obra do Hospital da Mulher.
A Coordenação então disponibilizou uma articuladora para acompanhar as
mulheres pedreiras no próprio projeto, quando se começou a realizar as oficinas quinzenais de reforço à auto-estima e empoderamento pessoal.
O projeto procura captar um espaço laboral para que as mulheres possam trabalhar em uma atividade como essa. À parte, foi solicitada à Planova que
incluísse em seu rol de insumos itens como absorventes femininos e medicamentos essencialmente para as pedreiras, além de um vestiário exclusivo. Muitas das mulheres pedreiras vêm de atividades domésticas e
nunca haviam tido carteira assinada.
A coordenadora do Programa,
Lourdes Góes, comemora: “Nosso sonho é que a gente consiga chegar ao fim da obra com 50% de mulheres. Mas sabemos que, na realidade, como as relações de gênero se configuram na sociedade, isso hoje
é uma utopia. Queremos chegar a pelo menos 30% de mulheres contratadas”
*Evento:* Comemoração 1 ano - Programa Mulheres Pedreiras do Hospital da Mulher
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Data e horário:* 9 de abril de 2010 (sexta-feira), a partir das 8 horas
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Local: *canteiro de obras do Hospital da Mulher de Fortaleza (cruzamento
das avenidas Carneiro de Mendonça e Lineu Machado – Jóquei Clube) – entrada
pela av. Lineu Machado
*Mais informações para a imprensa:*
*Raquel Chaves, assessora de Comunicação do Projeto Hospital da Mulher de
Fortaleza (9107-8999/ 3105-2229 e 3452-3948)*