“Saí do salão e vim pra obra. Meu marido não queria, mas era o meu sonho ser pedreira. Não desistam dos seus sonhos. Eu tenho 5 filhos. Saio da obra, vou pro colégio e quando chego em casa cuido deles”.
O depoimento ao microfone foi de Elizabete Severino, 31, ex-manicure. Já Veroneide Brito está aproveitando o direito recém-conquistado: licença-maternidade. Mas voltou ao local de trabalho para uma comemoração importante. No balanço do colo de Veroneide, Vitória, aos 2 meses de idade, acompanhou o agradecimento da mãe: “Meu sonho sempre foi trabalhar na construção civil. E olha onde estou hoje!”. Elizabete e Veroneide integram a equipe homenageada nessa sexta-feira (9) no canteiro de obras do Hospital da Mulher de Fortaleza, no bairro Jóquei Clube. O Programa Mulheres Pedreiras acaba de completar 1 ano de existência.
Além das atuais 10 pedreiras funcionárias da obra, participaram outras que já integraram o projeto, além de sindicatos, entidades de bairro e aquelas envolvidas com a proteção e saúde da mulher. O café da manhã no canteiro de obras também foi um momento de traçar perspectivas e desafios, além de comemorar conquistas. “Vocês estão abrindo um caminho inteiramente novo e com muita competência. E são diferentes da gente também porque têm mais determinação na hora de conquistar seus espaços”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Alex Mont´Alverne. De acordo com ele, “o Hospital da Mulher tem a mão, a cabeça e o coração desde a sua concepção”.
Na ocasião, dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Fortaleza ressaltaram a importância de políticas públicas semelhantes à que vem sendo realizada na obra do Hospital – que promovam a inserção da mulher no mercado de trabalho em todas as áreas. “Pra nós, é de grande alegria saber que as mulheres continuam subindo degraus em tantas áreas. A construção civil é uma área que era 100% masculina e vocês estão mudando isso. Parabéns a essa iniciativa do poder público”, disse uma das dirigentes da entidade, Socorro da Silva.
Para a presidente do Centro Socorro Abreu e integrante da União Brasileira de Mulheres, Nágyla Drumond, a iniciativa deve servir de exemplo às demais secretarias municipais e ao próprio setor privado. “Nós também abraçamos esse projeto”, garantiu. A coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres da Prefeitura, Raquel Viana, comentou sobre as dificuldades de se levar adiante uma ação como essa: “Estamos muito felizes e temos a clareza do que isso significa. Isso é fortalecer o cotidiano das mulheres”.
No dia 7 de abril de 2010, o projeto completou 1 ano, desde que as seis primeiras pedreiras começaram a trabalhar na obra. No dia 24 de abril do mesmo ano, o Programa foi lançado oficialmente, como uma realização da Coordenadoria do Projeto Hospital da Mulher de Fortaleza, em parceria com a Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres da Prefeitura e a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas). É uma ação afirmativa sobre a inserção das mulheres no mundo do trabalho, rompendo com a segregação ocupacional e contribuindo para autonomia econômica das mulheres. A coordenadora do Projeto, Lourdes Góes, disse confiar no compromisso da empresa responsável pela obra – Planova Planejamento S/A – de contratar novas pedreiras nas próximas frentes de trabalho a serem abertas.
Mais informações para a imprensa:
Raquel Chaves, assessora de Comunicação do Projeto Hospital da Mulher de Fortaleza (9107-8999/ 3105-2229 e 3452-3948)