A dor da solidão que deve ser desafiada todos os dias.

Você está sozinho quando não ama mais. O risco do abandono.
Quando falamos de solidão estamos nos referindo ao sofrimento da solidão. Existem, de fato, pessoas que, pelo menos em certos períodos de suas vidas, se sentem à vontade sozinhas para estudar, trabalhar, refletir. Solidão dolorosa é o que nos é imposto.
Por que a solidão é tão terrível? Porque nós, como indivíduos isolados, não existimos. Tomamos nossa linguagem, nossas emoções, nossa maneira de agir, nossos objetivos, nossas esperanças de nossos pais, professores, amigos e outros. Vivemos na nossa comunidade como uma criança no seio da mãe, lá fora é o deserto, o exílio: estar entre pessoas que não conheces e que não te conhecem, que não te amam ,para quem você não sabe o que dizer e que não tem nada para lhe dizer. Um estado tanto mais doloroso se você estivesse primeiro ao lado do seu amor, rodeado de amigos que compreendiam seus pensamentos, seus sentimentos, seus desejos. Agora você fica pensando em quem você perdeu e o futuro parece mais doloroso que o presente. Os médicos do século XIX a estudaram como uma doença e a chamavam de nostalgia.
As causas da nostalgia são três: a morte, a distância, o abandono. A morte leva você a pensar em seu ente querido e a ter um diálogo mental com ele. A distância faz com que você anseie dolorosamente pelo seu ente querido, mas você pode falar com ele enquanto espera pelo seu encontro. Isso lhe dá vida, energia. A distância cria uma solidão dolorosa, mas ativa. O abandono, por outro lado, leva você a ruminar o passado para descobrir onde errou. Daí um diálogo feito de censuras e acusações. Existem também formas de solidão a dois. Como esposos que já não se amam, obrigam-se a viver juntos pelo amor dos filhos: dois presos na mesma cela.
Existe um método para evitar ou pelo menos reduzir a dor da solidão?
Sim. Nunca se isole em um único grupo, nunca mantenha relações com apenas uma pessoa. Mesmo que você a ame desesperadamente, não fique preso a esse relacionamento, continue namorando quem você gosta, quem te entende e te inspira confiança, trabalhe com eles, faça planos e vá a suas festas, encontre-os nos feriados. Também esteja aberto para conhecer novas pessoas. E, quando puder, deixe seu ente querido participar de sua vida todos os dias e você participa de seus afetos da mesma forma, refletindo juntos sobre tudo.
Graças a esta comunhão espiritual e relacional, você nunca estará completamente sozinho.