No último dia 7 de abril, para além do aniversário da minha amiga Ana Paula que, por sinal, é jornalista, celebramos no Brasil o dia desse profissional. Fiquei superfeliz pelas inúmeras manifestações de respeito e carinho, por ocasião da profissão que me escolheu.

Ser jornalista é, antes de tudo, ter uma intransigente responsabilidade social de tornar comum o indispensável para a vida. É assim que defino esse ofício tão lindo e necessário, mas que vem sofrendo com a intolerância, o desrespeito e o negacionismo que pairam pelo Brasil.

Segundo dados da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), cresceu significativamente o número de ofensas a profissionais de imprensa, inclusive com ataques físicos, além de uma gama de achincalhamentos ao trabalho da mídia profissional, mesmo sendo considerada uma atividade essencial em tempo de pandemia. A Fenaj aponta, por meio do Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, que somente no comparativo entre os anos de 2019 e 2020, houve aumento de mais de 105% no total de ações que violam à liberdade de expressão no País.

Aliado a esses ataques, inclusive perpetrados por figuras públicas, o Brasil tem vivenciando uma escalada de falsos profetas do Jornalismo que, mesmo sem formação na área, avançaram com a evolução da web, sobretudo das redes sociais. Esses falsianes produzem materiais que, muitas vezes impulsionados por robôs, disseminam de forma pandêmica o vírus da desinformação, classificado como fake news, danosa ao verdadeiro trabalho da imprensa.

Para esses produtores de falsas notícias, nada ou quase nada importa, tendo em vista que tudo é feito à margem da lei e ao arrepio das noções mínimas da moral. Para o jornalista que passa em média quatro anos na cadeira da faculdade, existem direcionamentos que vão desde questões estabelecidas pelo Código de Ética da profissão, passando pelo expresso compromisso com a veracidade dos fatos, oitiva e preservação de fontes reais, além claro da hombridade que permeia o homem e a mulher de bem do Jornalismo.

Fato posto, penso que não é necessário aprofundar com você, cidadão e cidadã de bem, em quem você deveria confiar. É verdade que infelizmente, essa confiança vem sendo posta à prova, por ações daqueles que justamente negam a verdade e seguem o obscurantismo que leva à cegueira e ao discurso do ódio, muitas vezes personificado na violência extrema.

Resta a nós jornalistas, o virtuoso exercício de estar do lado da verdade, mesmo que num primeiro momento, nos pareça desafiador o ofício de enfrentar o desconhecido, afinal do outro lado da verdade, só estarão as falsas verdades.

Viva o Jornalismo Verdade.