Estávamos eu e minha filha no trem, tranqüilas, e felizes, percorríamos as belas margens , do Elba. Final de novembro, acabando o outono frio, e distribuído em suas folhas soltas , e amarelas que completava nossa belíssima paisagem.Tudo parecia normal, silencioso, anunciando o encanto de Karlovv Vary, esse seria , nosso ponto final de viagem.
Então nessa pequenina vila, ouvimos gritos, berros, uma jovem família de africanos, estavam sendo expulsa do nosso vagão. Minha filha ,alemã ,que nunca tinha visto, tal agressão, começou a chorar.
Do nosso lado ,estavam um grupo de jovens com mais ou menos 25 a 28 anos, um deles gritou bem alto: schwein Auslander,(porco estrangeiro), o tom era de um ódio, de um rancor que nunca pensei em presenciar. Com minha grande curiosidade ,perguntei o porquê de tudo aquilo, uma jovem tcheca ,me respondeu rindo, “eles não estavam com os papeis em ordem”.
Bom, e deixei a estória, passar. Minha filha muito mais curiosa , que eu, tinha visto nos olhos , daqueles jovens o ódio, a raiva e a estupidez de como eles se ,comportaram..Depois, me veio em mente, a queda do muro de Berlim, onde passei minha entrada do ano, pela primeira vez em 1990, em um país onde tudo era proibido ate mesmo pensar(,ressalvo lembrar, que a queda deu-se no dia 9 de novembro 1989.) Um grandíssimo Marketing, em cima de um mais novo produto mundial, que se chamava LIBERDADE.
De uma , só vez a historia , acabou com a farsa dos burocratas totalitários comunistas e acabou também com o mito do capitalista europeu. O que, veio com tudo isso, foi o dirigismo racista, militante e novamente fanático. Em um ano , na Alemanha, 1.987 atentados racistas contra imigrantes turcos, brasileiros, africanos.Na França, Inglaterra, Bélgica, se apresentam também racismo, descriminações.Triste imaginar que na Europa rica, poderosa,parias do regime econômico se convertem ao banditismo social, e nós somos cúmplice,apáticos diante de tudo isso.Repensar a vida consiste em rever valores.
Receber o inevitável serenamente;
Depositar ao leito do regato antigos pudores;
Aceitar o que a vida nos reserva inteiramente.
É existir sem temor de ser feliz. É padecer e abrigar a angústia da alma. Tendo ciência que somos meros aprendizes. Intentar não perecer, mantendo a calma.
Rebuscando meu baú encontrei registros Induziram-me a repensar quantos atos impensados.
De que adiantou tanta vigilância? Tudo era sinistro.
Não tive muitas opções, aceitei meus fardos. O temor... a dor foi inevitável. Girei entre a loucura e a sanidade, Gritei por paz, por amor inesgotável.
Como ex moradora de muitos anos da Europa posso falar na impressionante decadência do equipamento de saúde,educação, vejam por favor o instituto Pisa, e a assistência social, por muito tempo apresentando como a vitrine do Estado do Bem Social, por enquanto, o miserável, o humilde, o esfarrapado imigrante é apenas um álibi....
Mas vamos ver até quando??? Até quando a burrice, e obscurantista, ideologia racista, serão capazes de conter a frustração consumista, a superficialidade política, e total descrença nos ideais democráticos mostrados, pela câmera digital social européia? Logicamente, vejo a miséria no meu país, vejo o desemprego, mas observei também que na Europa o interesse público, é o que prevalece, a violência tomou conta da persuasão da principal, coisa que existe no nosso BRASIL, chamada Solidariedade.
Solidariedade
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- Escrito por: Rossana Brasil
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