Carteira de membro da Associação de Moradores  Dom José Tupinamba da Frota.

  Na década de 80 surgiram no bairro um grupo de jovens denominado de JUPS - (Juventude Unidos para Servir ) sua sede ficava na Av. Mister Hull nº 1548 alto, era formado pelos estudantes e universitários entre eles. Valentim Santos presidente, Jackson Lopes, vice, Helano José Ramos, Alice Eloy e Audenira Eloy,Vânia Pinheiro entre outros moradores do bairro de Antonio Bezerra. O referido grupo era vinculado ao Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Fortaleza e a CEBs - Comunidades  Eclesiais de Base.

 Em 1984 fortes chuvas faz o rio Maranguapinho transbordar, alagando o lado direito da barragem que  dividia os bairros Antonio Bezerra e Autran Nunes. Neste local moravam várias famílias em um terreno cheio de água e carnaúba, todas as  casas ficam alagadas completamente deixando seus moradores desabrigados. O Grupo JUPS juntamente com um morador chamado Antonio  Carlos da Silva, mas conhecido como "Antonio  Golinha" consegue trazer barracas da Defesa Civil para o desabrigados e cestas básicas doadas pela Cruz Vermelha.

 Com o passar do tempo "Antonio Golinha" torna-se uma liderança na comunidade e funda em 08/16/1984 uma Associação de Moradores Dom José Tupinambá da Frota em homenagem ao primeiro Bispo de Sobral. Através de projetos junto a Cáritas Diocesana (Cáritas, confederação de 202 organizações humanitárias da Igreja católica que atua em mais de 250 países), para construção de várias casas para os moradores da comunidade local. Antonio Golinha passa a fazer parte do Movimento de Bairro e Favelas de Fortaleza, nesta luta consegue saneamento básico para comunidade além de luz, água e outros  benefícios.

Sempre atuando em benefício da Associação de Moradores, onde ocupa  o cargo de Presidente, participa de manifestações políticas partidárias em Fortaleza. Muito atuante nos movimentos sociais, nas lutas por moradias e emprego. A comunidade passa a se chamar Tupinambá da Frota.

   Em 1986 após divergência com um morador da comunidade José Tupinambá da Frota, Antonio Golinha é assassinado covardemente por um morador que fazia oposição a ele. Seu falecimento provocou grande agitação nos movimentos de moradores da cidade. Seu sepultamento teve a participação de várias lideranças de moradores, da Federação de  Bairro e Favelas de Fortaleza,  além de lideranças políticas. Sua esposa Liduina da Silva e outras lideranças continuaram com seu trabalho. Hoje passado vários anos deste acontecimento, sua memória ficou esquecida pelos moradores da comunidade Tupinambá da Frota, mas será sempre lembrado pela História.