Desde quinta-feira, 13 de maio de 2021, os cidadãos norte-americanos imunizados estão desobrigados a usar máscara. A decisão vem depois da queda no número de casos e de mortes provocadas pela covid-19, que assombra o mundo de forma pandêmica.

A decisão é o reflexo claro do compromisso de um governo que trata com seriedade a doença e o seu povo. Desde a sua chegada a Casa Branca, o presidente democrata Joe Biden não mediu esforços para avançar com as medidas de combate ao coronavírus, especialmente com a aplicação da vacina em todo território americano.

A data coincide com o nosso 13 de maio de 1888, em que a suposta abolição também cobriu de esperança os cativos e escravizados que viram naquele ato um horizonte de esperança, mas ficou mesmo só na esperança. 

Sem teto, sem trabalho, sem apoio institucional, os então “libertos" iniciaram a escalada de enfretamento ao racismo estrutural tão bem abordado por Sílvio de Almeida, Djamila Ribeiro e tantos outros pensadores afro-brasileiros. 

Pesquisas apontam uma enorme desvantagem daqueles que trazem na sua cútis a melanina acentuada, o nariz arredondado ou o cabelo crespo. 

No mercado de trabalho, o preto ganha até 31% menos que um branco, segundo o Instituto Locomotiva. Na educação, de acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua Educação de 2019, a taxa de analfabetismo é três vezes maior se comparados negro ou pardos com brancos. Como consequência, os “libertos de 1888” continuam até hoje aprisionados aos baixos salários e as poucas chances de concorrer a melhores postos de trabalho, restando a eles o empreendedorismo de necessidade e a uma consequente escravidão moderna, sem direitos, tal qual em 1888.

Definitivamente, 13 de maio é marcante, contudo, mais uma vez, não para os negros brasileiros que deverão continuar travando guerras para garantir novas abolições e que, dessa vez, sejam estruturais.