Pai de meninas como Marielle Franco

Nos despedimos do mês de julho com vários assuntos envolvendo as mulheres. Vamos começar pelos fatos positivos como a copa do mundo de futebol feminino, a sanção da lei de igualdade salarial, o avanço nas investigações do caso envolvendo Marielle Franco, entre outros.

Apesar da positividade dos fatos relatados no parágrafo anterior, infelizmente também há fatores que merecem a vigilância intransigente da sociedade, como o aumento de casos de violência contra a mulher.

De acordo com dados do Instituto Data Folha, a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, todas as formas de violência contra a mulher aumentaram em 2022. Foram mais de 50 mil casos de algum tipo de violência contra pessoas do sexo feminino no ano passado. O levantamento afirma ainda um detalhe perigoso de que uma mulher, em cada três, já foi violentada (qualquer forma de violência) ao menos uma vez na vida.

A pesquisa aponta ainda a prevalência da mulher negra como alvo principal dessa lástima social. Aqui atenho-me justamente pelo fato de ser pai de meninas e, sobretudo, meninas negras.

Não bastava a estrutura preconceituosa e sexista criada ao longo dos anos que, de alguma forma chancela essa violência, as meninas negras seguem sendo pontos mais vulneráveis.

Meninas, como Marielle Franco, que por adotarem práticas incisivas a favor da liberdade feminina, feminismo e outras formas de empoderamento, são alvos do implacável medo masculino do igual.

Apesar da distância de idade das minhas filhas, 7 e 22 anos, sigo vigiando e ensinando esse empoderamento, afinal sou pai de meninas.