Que a juventude anda ao largo dos assuntos políticos do País não é novidade, mas nada como o empírico para ratificar tal afirmação. O Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência da Unifesp e o instituto Idea fizeram essa análise que, dentre outras coisas, aponta sumariamente o desinteresse dos jovens brasileiros pelas temáticas políticas.

A pesquisa traz que 31,43% sequer têm ou tiveram algum posicionamento político e outros 20,21% nem arriscam abordar o assunto. Somente nesse primeiro plano do estudo já é possível observar que mais da metade dos entrevistados não versam sobre esse tema crucial para o desenvolvimento da nação.

O estudo mostra também um empate técnico entre aqueles que arriscam tomar partido pela política. Entre os entrevistados, 16,63% disseram ter preferência pela centro-direita ou direita. Já 16,34% afirmaram tendências de centro-esquerda ou esquerda. Pasmem, o centrão também apareceu na análise com 8,51% dos participantes.

Mas como bem mencionou o professor Marco Antônio Villa, se vive um deserto de ideias, pois com o ensino existente no Brasil, o baixo nível de consciência política, a intelectualidade descolada das grandes questões nacionais e a falta de debate político e de ideias, não se pode exigir uma participação ativa dos jovens.

Por outro lado, a corrupção como uma inconteste abordagem dos jovens. Para um percentual de 34%, o adultério com o que é público político é o principal gargalo do Brasil.

O filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé aponta que os jovens apenas observaram na pesquisa o senso comum sobre a corrupção na política, que vai além do roubar dinheiro, mas como se os políticos brasileiros governassem de costas para a população.

Todos esses dados e análises apontam uma contramão entre jovens e política e que preocupa o cenário futuro. Mas é compreensível esse “pé atrás” da juventude e fica um alerta para políticos brasileiros.

Uma coisa é certa, feliz ou infelizmente há pouca coisa fora da política e, por isso, fica a esperança da participação jovem pelo menos com o voto, primeiro para garantir a vitalidade do processo democrático, segundo para tentar impedir o avanço de políticos sem espírito público e, por fim, incentivar uma virada positiva desse jogo que move o país.