O hábito de assistir ao noticiário diariamente, condição sine qua non para o meu pai Manoel Onofre, foi adquirido ao longo de anos, pois era quase inevitável não perceber a pequena televisão da sala ligada em algum telejornal. Os anos passaram e o destino me levou para a profissão responsável por produzir jornalismo que se divide em pelo menos cinco formas de ser exercido.
Na TV, ele faz o casamento perfeito entre imagem e som, levando para os lares algo bem real, muitas vezes com situações ao vivo, o que traz mais adrenalina e a sensação de estar dentro da cena. No rádio, o jornalismo apresenta a sua magia, dando mobilidade para o ouvinte, a partir da voz que, com todo o respeito, nem precisa ser a do Cid Moreira.
O jornal impresso é o palpável, é o filho mais velho dessa família que comunica desde os tempos Johann Gutenberg (século XV). Havia quem dissesse que o impresso iria se acabar com a chegada da irmã mais nova, a internet (webjornalismo). Essa menina rebelde chegou com tudo e conseguiu unir um pouco de cada um dos irmãos mais velhos, formando um complexo de informação turbinado pela velocidade e aparelhamento tecnológico.
Os profissionais de jornalismo dispõem ainda de um outro nicho chamado de assessoria de comunicação ou de imprensa. Essa fração jornalística funciona muito bem como aliada das redações, produzindo pautas e esclarecendo dúvidas que facultam à sociedade entender, avaliar e formar um juízo de valor sobre uma determinada figura pública ou empresa.
Desde 2019, como jornalista e cidadão comum, tenho observado repetidamente as frases: "não tivemos resposta" ou "até o fechamento desta edição, não recebemos resposta". Tais citações, dentre outras, denotam a má vontade ou mesmo o menosprezo de alguns órgãos, entidades e pessoas de colaborar com a lisura de suas ações.
Responder à imprensa, para além de um gesto de respeito com os meios de comunicação que são fundamentais para o exercício pleno da democracia, mostra também o compromisso do assessorado, seja ele pessoa física ou jurídica, em dar satisfação para a população que é "cliente" seja com o voto em tempos de eleições ou comprando os produtos e serviços.
Portanto, é necessário e urgente instruir a sociedade civil em geral para que ela observe bem de quem os jornalistas estão falando, quando usarem a célebre frase "não tivemos resposta".