A sensibilidade feminina está cada vez mais perto do Palácio do Planalto. Mas você me diria: Ué!, já tivemos inclusive uma presidenta que foi “impeachemada” por muito menos do que vemos e ouvimos hoje por aí. Mas é isso, ela foi vítima e, ao mesmo tempo, produto da nossa jovem democracia. Vítima pela maneira como foi retirada da presidência e produto pelo que a levou à presidência, ou seja, o voto universal, direto, secreto e periódico, garantias que vêm sendo atacadas nos dias atuais.
Mas voltando ao assunto, 2022 já entra para a história como o ano em que mais chapas confirmaram a presença feminina na disputa para o executivo federal. Em 12 candidaturas registradas no Tribunal Superior Eleitoral, a mulher aparece em sete, com destaque para duas chapas puras, a do PSTU com Vera Lúcia Salgado e a vice indígena Raquel Tremembé e a do MDB com Simone Tebet que traz a vice Mara Gabrilli. Vale lembrar as demais, o UB apresenta Soraya Thronicke, o PCB Sofia Manzano essas duas, cabeças de chapa com seus vices homens, e tem ainda as candidatas a vice, no PROS, Fátima Pérola Neggra, no UP, Samara Martins, e no PDT, Ana Paula Matos.
Não há registro na história do Brasil de tantas mulheres concorrerem à presidência. Isso nos sugere dois entendimentos importantes. O primeiro é o de que elas sim estão se interessando pelo plano político, após tantos anos de "reclusão” estrutural e o segundo é que elas sim estão dizendo um basta para a versão de que mulher não gosta de política.
Esse protagonismo feminino no cenário político brasileiro nos leva a refletir que elas sim estão gostando de política e que o lugar delas é onde elas queiram estar. Agora, a luta segue por um país com mais equidade, pois igualdade já está prevista na Constituição Federal.